Entre os grandes problemas contemporâneos que afetam a produção científica, talvez nenhum tema tenha perpassado de forma tão longitudinal o debate entre os mais díspares campos do conhecimento como a questão da Crise de Reprodutibilidade, que se tornou objeto de estudo da filosofia e da sociologia da ciência.
Existe uma diferença entre replicabilidade e reprodutibilidade, ainda que sem um consenso absoluto sobre o que distingue esses termos, que são algumas vezes utilizados de forma trocada (LIEBERMAN, 2015). A distinção entre ambos mais comumente utilizada parece ser a de que a replicabilidade pode ser definida como a obtenção dos mesmos resultados de um estudo por uma equipe de pesquisadores que repita um experimento de forma totalmente independente, incluindo uma nova coleta de dados, enquanto que a reprodutibilidade é a verificação dos resultados de uma pesquisa por outra equipe que tenha acesso aos dados e aos códigos utilizados pela primeira, submetendo-os a uma análise alternativa (PENG, 2009). Logo, a replicabilidade é mais difícil de ser obtida do que a reprodução de resultados. Contudo, na abordagem dessas reflexões, o rigor com essa distinção não modifica em nada os argumentos, por isso trataremos ambos os conceitos de forma conjunta, seguindo a terminologia de cada um dos autores citados.
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